Janela de Johari

O que é Janela de Johari?

A Janela de Johari foi desenvolvida pelos psicólogos norte-americanos Joseph Luft e Harrington Ingham. Seu nome é justamente uma junção de “Jo” e “Hari”, as primeiras sílabas dos seus nomes.


O modelo foi inicialmente proposto em uma dinâmica de grupo realizada em 1955 na Universidade da Califórnia. Após alguns aperfeiçoamentos, passou a ser utilizado como uma ferramenta para compreender aspectos de comunicação e relacionamento interpessoais.


Ela pode ser aplicada individualmente, entre duas pessoas ou em grupos. No meio corporativo, ela se tornou uma importante aliada para analisar e desenvolver os relacionamentos entre os colaboradores, favorecendo engajamento, convivência e colaboração.

Depois de conhecer a definição, você pode estar se perguntando: como aplicar a Janela de Johari?

Para começar, basta criar sua representação gráfica. Ela é composta por dois eixos e quatro quadrantes.


O eixo horizontal se divide em dois quadrantes de autoconhecimento: o que é reconhecido e o que é desconhecido pela própria pessoa.


O eixo vertical também é dividido em outros dois quadrantes, mas relacionados com a visão do outro: o que é reconhecido e desconhecido pelo grupo sobre a pessoa.

Eu Aberto

O Eu Aberto (I) representa tudo aquilo de que o indivíduo tem consciência e que ele expõe sobre si.


Trata-se da maneira como ele se comunica e das particularidades que se permite compartilhar. Tanto a pessoa quanto os terceiros conhecem essas características.


O Eu Aberto revela as características com as quais você se sente mais confortável. Essa é a zona de maior probabilidade de comunicação interpessoal e relacionamento efetivos. Identifica-se transparência nessa relação, a qual é aberta para a troca de informações.


Existe alguém no seu trabalho em que você confia e que é a primeira pessoa que procura quando você tem algum problema ou dificuldade? Se sim, a relação de vocês está na zona aberta. Esse tipo de relacionamento é produtivo e útil, já que existe confiança e abertura para feedbacks honestos.


Eu Cego

Por sua vez, o Eu Cego (II) se refere à “como os outros me veem”.


Ou seja, é tudo aquilo que apenas as pessoas ao redor conseguem perceber. São as nuances do indivíduo que ele mesmo não enxerga, mas que estão claras para quem convive com ele.


Por exemplo, uma pessoa que interrompe a fala dos outros com frequência pode não perceber que o faz. Pessoas nesta zona podem ter dificuldade para receber feedbacks, mas é de extrema importância que elas os recebam para ter uma chance de se desenvolver e melhorar.

Eu Oculto ou Secreto

Já o Eu Oculto ou Eu Secreto (III) diz respeito às características e comportamentos que a pessoa não revela para quem a cerca.


Apenas o indivíduo os conhece. Por alguma razão, ele prefere não os comunicar em seus espaços de convivência. Em geral, esse quadrante está ligado à insegurança ou ao medo de demonstrar que não sabe alguma coisa e deixar de ser aceito.

Eu Desconhecido

Por fim, o Eu Desconhecido (IV) trata sobre as características e particularidades que nem a pessoa nem os outros conhecem.


Engloba nuances existentes que ainda não foram identificadas ou nuances que podem surgir futuramente.


Para explorar esse quadrante, é preciso sair da zona de conforto e se expor a novas situações.

Por que essa técnica é importante?

O resultado das análises da Janela de Johari é uma demonstração visual de como cada pessoa se enxerga combinada com a visão de terceiros.


Com esse conhecimento, os feedbacks são mais precisos e há mais clareza sobre suas qualidades, pontos de melhoria e comportamentos.


A forma de se comunicar e relacionar também é trabalhada no processo.


Basicamente, a Janela de Johari é uma forma de compreender como os membros de um grupo se entendem e se relacionam com os demais.


No âmbito profissional, essa troca de informações é um excelente ponto de partida para aprimorar os relacionamentos e favorecer o desenvolvimento de soft skills.

Como essa técnica pode ajudar no autoconhecimento?

A troca de informações proposta pela Janela de Johari visa integrar os conhecimentos que cada pessoa tem sobre si com as percepções de outras a respeito das suas características e comportamentos.


Em primeiro lugar, a reflexão individual que o método propõe desafia a pessoa a descrever a visão que possui dela mesma e em qual quadrante ela se encaixa.


Isso ajuda a desenvolver autopercepção e a compreender algumas particularidades não notadas, favorecendo a saúde emocional.


Já nas descrições feitas por terceiros, a pessoa colaboradora tem uma “validação” sobre o que descreveu.


A partir disso, ele pode entender melhor como os outros enxergam suas interações, “preencher lacunas” comportamentais e ter uma noção mais completa sobre seu “eu”.


Isso é muito importante para o desenvolvimento pessoal.


Inclusive, os pontos cruciais para que a Janela de Johari funcione incluem a sinceridade dos envolvidos (consigo e com os outros) e a eliminação de julgamentos precipitados, o que demanda maturidade emocional.


Assim, se bem aplicada, viabiliza uma troca franca e esclarecedora de percepções.


Como resultado, os participantes reforçam e ampliam o autoconhecimento, aumentam o senso de empatia e de compreensão coletiva.

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